Olhai as aves no céu...
Neste ano que se celebra o centenário do CNE, que foi evocado este fim-de-semana, recordo que foi no dia 29 de maio de 2021 - há dois anos - que voltei à Igreja da Graça para responder ao convite, que me foi formulado, de estar presente nas celebrações dos 50 anos da fundação - 1970 - do Agrupamento 63 - do CNE. Fui o primeiro Chefe de Grupo - Instrutor, porque não tinha idade para ser Chefe, e o dinamizador da criação daquele projecto. Foi uma experiência humanista que nunca esquecerei. A minha primeira actividade de associativista.
Numa breve intervenção que fiz na cerimónia, há dois anos, disse, neste Agrupamento, citando Baden-Powell, escolhi a frase que coloquei como referência para viver a minha vida : PROCURA DEIXAR O MUNDO UM POUCO MELHOR QUE O ENCONTRASTE.
Hoje, olhando para trás, sinto conscientemente que sempre procurei trilhar esse caminho. Dar de mim ao mundo e estar tranquilo comigo mesmo, olhar as aves do céu e sorrir todos os dias, dando ao tempo a vida, com a consciência sempre, que, afinal. o que está para trás está vivido e preenchido, ponto. Mas, o tempo que tenho pela frente é aquele que posso sempre preencher e viver, transformar, enriquecer, e, nele, continuar a tentar dar o meu contributo para deixar o mundo melhor. Ainda acredito. Por isso, vivo a fazer futuro no coração, a tentar descobrir-me na minha interioridade, a aperfeiçoar-me, a burilar-me, a aprender e tentar cumprir esse meu lema que transporto no coração, desde os tempos do CNE.
E, por isso, basta-me viver, amando a vida em todos os instantes, com entrega plena, à palavra LIBERDADE - sou livre com os outros, a minha Liberdade não termina na tua Liberdade, a minha Liberdade começa, onde começa a tua Liberdade, escrevi isso no meu livro de poemas - O Sabor da Palavra Liberdade - editado em 1992.
As palavras que há dois anos, revivi, naquele meu reencontro com o passado, na Graça, foram guardadas no meu bloco de a(nota)mentos :
LIBERDADE, o sentido que dou e sempre dei à vida;
INTEGRIDADE, manter o equilíbrio saudável entre o corpo, a mente e a minha espiritualidade;
ETERNIDADE, esta consciência do tempo infinito que somos, micro cosmos, que veio do silêncio e vai para o silêncio;
HUMANIDADE, somos com o universo, construímos com a nossa acção individual o saber universal, na vida, escolhemos, o bem ou o mal, e, é por essa escolha que damos o nosso contributo para fazer mundo;
DIGNIDADE, é a força do nosso carácter, essa força que só nós conhecemos e, só, cada um de nós sente e nos dá equilíbrio e harmonia, nela descobrimos o nosso interior e com ela seguimos o nosso destino, sorrindo! De cabeça erguida, é lindo!
A Vida vivida, afinal, é nunca abdicar de viver a mais bela experiência do ser, essa, de sentir os silêncios e neles abraçar tranquilamente o coração.
Isto é AMOR. O resto é efémero...
Seja felizes!