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Entre Tejo e Sado

Por dentro dos dias e da vida

Por dentro dos dias e da vida

Agora

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Estou cansado do jogo de palavras, de sentir a cidade embrulhada num labirinto de silêncios, ruídos que afagam as palavras, e, na penumbra aniquilam as vozes, sempre que o sol começa a florir. A cidade deita-se no silêncio.

 
O jogo de palavras é um jogo secundário. Tácticas. Retóricas. Conflitualidades inúteis. Desconstrução. Reescrever a história. Ilusões.
O jogo de palavras vai para além da realidade. O jogo de palavras é tornar o presente vazio, é discutir um golo que não foi golo, um fora de jogo por 5 milímetros. O malabarismo.
O jogo de palavras é um pensamento único, ganha sempre quem melhor argumenta, não interessa o quê, nem como, o importante é refutar, humilhar o outro. Silenciar. Destruir carácter.
 
O jogo de palavras é um jogo de poder, de domínio da opinião, de controle de opinião. É uma conversa sem memória, que quer apagar a memória. Talvez por isso, apenas por isso, o jogo de palavras, é sempre o agora que conta, porque, afinal, no agora, não há passado, nem futuro. É apenas um jogo de palavras, sem visão do mundo, um alimentar de pensamento virtual, a circunstância. Animar as redes sociais. Gerar um mundo virtual. O agora.
 
O jogo de palavras é o marketing para vender e motivar o consumo. O jogo de palavras vive dos sucessos, do foco, de valorizar vitórias, cria papões, glutões, e, na verdade, ignora o pensamento que faz humanidade e a vida que floresce, quotidianamente, na palavra fraternidade.
 
O jogo de palavras sente-se numa civilização que convive serenamente, sorrindo, com grandes sorrisos, com a miséria, a fome, e, ao seu lado, diverte-se num novo riquismo balofo.
O jogo de palavras não é um diálogo, é um jogo de pensamento único, disfarçado em suculentas ambições de sobrevivência. O jogo de palavras cultiva a inveja, cria inimigos de estimação, fomenta teorias da conspiração, é um jogo de bons e maus. Estou cansado!
 
O jogo de palavras é o lodo onde sucumbe a democracia.
O jogo de palavras mata a palavra fraternidade.
Quem me cortou o sol? – interrogo-me.
 
António Sousa Pereira
 

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