Pergunto à gaivota que voa no Tejo...
Pergunto à gaivota que voa no Tejo,
se sabe de tudo, o que lá não está,
das naus que fizeram este país,
dos homens que rasgaram o mar,
de todas estas forças que fizeram,
este país, de história milenar,
de muito longe, à beira mar florido.
Pergunto à gaivota que voa no Tejo,
que descubra em voos rasantes,
os sonhos do meu país, esta minha pátria,
terra sóbria, nascida em terra própria,
de planícies, de serras, rios e mar,
que lá do alto do monte fez-se lusa!
Pergunto à gaivota que voa no Tejo,
pelos versos de escárnio e maldizer,
pelos homens bons, senhores medievais,
símbolos deste povo que se levantou,
que rasgou o peito e afirmou em gritos,
todos os sonhos de ser país inventado!
Pergunto à gaivota que voa no Tejo,
se sabe do mês de Abril, e peço-lhe,
que traga um flor vermelha, de amor,
dando cor aos sonhos da LIBERDADE,
fazendo do cravo a força da SOLIDARIEDADE!
António Sousa Pereira