Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Entre Tejo e Sado

Por dentro dos dias e da vida

Por dentro dos dias e da vida

PS perdeu oportunidade histórica de «abrir caminho» no Barreiro

Inferências<br>PS perdeu oportunidade histórica de «abrir caminho» no Barreiro<br>. Juvenal Silvestre foi um vencedor na noite eleitoral do concelho do Barreiro

. PS a derrota do marketing politico

Dos resultados eleitorais no concelho do Barreiro é significativo sublinhar os seguintes aspectos que “fazem história”, a vitória do Movimento de Independentes na União de Freguesias de Palhais e Coina, a eleição do PCPT/MRPP para a Assembleia Municipal do Barreiro e o aumento significativo de votos brancos e votos nulos.

O PS é o partido que sofreu a maior derrota na noite eleitoral e perdeu a oportunidade histórica de abrir caminho à conquista da Câmara Municipal do Barreiro.

Num concelho como o Barreiro onde existe um eleitorado «autóctone» que vive a politica de forma intensa, com inquietações e avaliações, estes factos políticos indesmentíveis pelos números merecem a reflexão pelos políticos locais.

CDU tem que avaliar os resultados

A vitória da CDU era mais ou menos esperada. Não é surpresa. Confirmou-se também que baixou a votação e baixou a percentagem, por outro lado, Carlos Humberto foi reeleito, e verifica-se que a CDU obtém na Câmara uma votação superior à que alcançou na Assembleia Municipal na ordem dos 500 votos, fenómeno inverso registou o Bloco de Esquerda, que obteve na Assembleia Municipal mais votação que para a Câmara.
A CDU tem que reflectir de forma aberta sobre este resultado eleitoral, não que tenha sido beliscada pelas forças politicas da oposição, por aí, tudo ficou praticamente na mesma, mas pelo aumento de abstenção, pelo aumento dos votos brancos e pelo aumento dos votos nulos, este fenómeno só comprova uma frase que várias vezes escutei, em diversas pessoas no decorrer da campanha eleitoral – “p’ra pior já basta assim”.
Os objectivos colocados pela CDU nestas eleições, conquistar a presidência de todos os órgãos autárquicos do concelho, não foi totalmente concretizado devido ao fenómeno dos independentes.
A CDU ganhou e convenceu, porque contou com o capital politico de Carlos Humberto, contou com uma militância activa que fez um trabalho de “formiguinha”, rua a rua, porta a porta, contou com o descontentamento em relação ao Governo, e, acima de tudo, contou com um PS que, mais uma vez, se apresentou sem «força politica» para ser alternativa credível, basta olhar os números.

Independentes - do falar e do fazer

A vitória da lista de independentes em Palhais e Coina, tal como anteriormente escrevi, demonstra como o PS desbaratou um capital politico de trabalho no terreno, e também fica como o primeiro sinal para que os partidos políticos no concelho percebam, como alguém ontem comentava – “os independentes corrigem as más escolhas dos partidos”.
É um fenómeno histórico que também comprova outra frase que escutei ontem à noite, naqueles comentários a vitórias e derrotas – “para falar ao vento só é preciso palavras, para falar ao coração é preciso obras”.
Juvenal Silvestre foi um vencedor na noite eleitoral do concelho do Barreiro.

PSD manteve vereador

O PSD que muitos diziam que não ia conseguir eleger o seu vereador, afinal, num cenário de derrota eleitoral do PSD ao nível nacional, num cenário de conflitualidade social, manteve o seu eleito na autarquia, embora perdendo votos e percentagem e conseguiu manter-se como terceira força politica no concelho do Barreiro.
Em conversa com Bruno Vitorino, no decorrer da campanha eleitoral, disse-lhe – “a vitória do PS no Barreiro será que o PSD não eleja vereador”.
O candidato do PSD tirou essa vitória ao PS e também ao CDS/PP que, afinal, fez do PSD um dos seus adversários nesta campanha eleitoral.
Bruno Vitorino no essencial manteve as suas posições, embora, com a conquista de maiorias absolutas pela CDU, nas Juntas de Freguesia, o PSD vai deixar de contar como força de «charneira».
Bruno Vitorino está, certamente, feliz, pela vitória dos «independentes» em Coina que, diga-se, receberam o apoio politico do PSD.

BE no essencial manteve as suas posições

O BE no essencial manteve as suas posições politicas no concelho do Barreiro, se tivesse obtido na votação da Câmara Municipal a votação que alcançou na Assembleia Municipal, teria dado passos em frente na sua caminhada para a eleição de um vereador.
O BE é o partido que no global mais fixou as suas percentagens eleitorais, subindo até, ligeiramente, a sua percentagem na votação da Câmara. Sofreu, talvez, com o fenómeno de opção do eleitorado pelo sentido carismático de Carlos Humberto.
O BE é um partido que pode dar-se por feliz nos resultados obtidos no concelho do Barreiro.

CDS passa para 6º lugar

O CDS/PP teve uma derrota expressiva sendo superado pelo PCTP/MRPP e relegado para sexta força politica do concelho do Barreiro.
O CDS, no entanto, nesta campanha eleitoral apresentou-se com uma equipa de jovens que, talvez, não vão hibernar e só surgir nas próximas eleições autárquicas.
É provável que o CDS/PP possa começar a ter uma acção politica mais regular no concelho, embora, de facto, os resultados sejam muito pouco inspiradores.

PCTP/MRPP uma surpresa

O PCTP/MRPP conquista um lugar na Assembleia Municipal do Barreiro, pela primeira vez, e, até, em relação às mais recentes autárquicas, terá sido o primeiro autarca desta força politica eleito no distrito de Setúbal.
Uma situação que foi para todos uma surpresa, mas, talvez, seja resultado de um discurso honesto e bem estruturado, por Carlos Salgueiro, candidato à presidência da Câmara Municipal do Barreiro.
Uma votação que pode ser “enquadrada” no fenómeno dos votos brancos e votos nulos, de protesto e discordância das forças politicas ditas do “sistema”.

PS a derrota do marketing politico

O Partido Socialista fez uma campanha eleitoral “agressiva” e “intensa”, talvez, das campanhas do PS, em eleições autárquicas, mais «inventiva».
O PS chegou a gerar, nos últimos dias, em muitos eleitores uma sensação de incerteza, pois, pensava-se que algumas franjas do eleitorado, para dar “cartão vermelho” ao Governo, pudesse dar o voto aos socialistas.
O resultado final nas urnas, afinal, apenas comprovou que os socialistas baixaram votação, perderam em percentagem, perderam mandatos, comprovando aquela frase dita por Carlos Humberto, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, numa reunião pública de Câmara – “as eleições não se ganham na campanha eleitoral”.
O PS tinha na sua frente uma situação privilegiada, objectiva e subjectiva, para «atacar politicamente» a CDU, ganhar terreno, tirar-lhe até, eventualmente a maioria absoluta. Foi uma oportunidade perdida.
Por um lado, por ser o maior partido nacional de oposição ao Governo, por outro lado pelo fenómeno comprovado com os votos brancos, votos nulos e abstenção, que o eleitorado local está critico em relação à gestão.
O PS não convenceu o eleitorado. O eleitorado não acreditou no PS, nem sequer acreditou na sua propaganda «intensa» e «agressiva».

O PS é o partido que sofreu a maior derrota nesta noite eleitoral e perdeu a oportunidade histórica de abrir caminho à conquista da Câmara Municipal do Barreiro. Não esqueçamos que o PS é, nos dia de hoje, o partido que tem das maiores bases eleitorais no concelho do Barreiro. Basta esperar pelas legislativas.
A CDU se souber gerir, se souber ler os números, se souber corrigir, se souber abrir à cidade e deixar a cidade respirar, está de pedra e cal.

O PS se, por razão da campanha eleitoral, pelo que disse que fez pelo Barreiro, pelas «propostas» que apresentou ao eleitorado, se podia pensar que tinha alguma «autoridade politica» para criticar e se afirmar como alternância, a verdade, é que perante a frieza dos números, pela resposta que os eleitores deram nas urnas à sua campanha eleitoral, ficou, agora, sem «autoridade politica» e sem «autoridade moral» para agir politicamente e o mais certo é ficar na «oposição pela oposição».

O PS deverá tirar, uma lição politica, é que, nem sempre o marketing politico funciona, ou por outra, não funciona quando, repetindo uma frase que, na noite eleitoral, gostei imenso, se sente esta realidade: “para falar ao vento só é preciso palavras, para falar ao coração é preciso obras”.

António Sousa Pereira

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

COMUNICAÇÃO SOCIAL

AUTARQUIAS

ESCOLAS

EMPRESAS

BLOGUES DO BARREIRO

ASSOCIAÇÔES E CLUBES

BLOGUES DA MOITA

SAPO LOCAL

PELO DISTRITO

CULTURA

POLITICA

TWITTER

FACEBOOK ROSTOS

Em destaque no SAPO Blogs
pub